Laboratório da função respiratória – Técnicas
A Espirometria é o estudo dos débitos e volumes pulmonares mobilizáveis. É realizada utilizando um pneumotacógrafo, aparelho que mede o fluxo de ar e o descreve numericamente, permitindo a determinação de vários parâmetros fundamentais na avaliação do calibre brônquico.
Este é um procedimento não invasivo, que se realiza por intermédio de uma manobra expiratória forçada e que engloba as seguintes fases: respirar a volume corrente, executar uma inspiração máxima e culminar numa expiração máxima forçada até ao volume residual.
Tal como a generalidade dos exames respiratórios, não existe nenhuma preparação obrigatória, devendo seguir as indicações do médico assistente, nomeadamente se deve ou não suspender a sua medicação antes da realização do exame.
2. Pletismografia Corporal (Mecânica ventilatória)
A Pletismografia Corporal permite avaliar os volumes pulmonares de uma forma mais detalhada do que a Espirometria, sendo realizada com carácter complementar.
A Pletismografia Corporal, para além de possibilitar a determinação da resistência das vias aéreas, faculta-nos o acesso a capacidades e volumes pulmonares não mobilizáveis, desempenhando deste modo um papel crucial na avaliação da eficácia da mecânica ventilatória.
Esta técnica é realizada dentro de uma cabine Pletismógrafo onde serão solicitadas várias manobras respiratórias, de esforço variável, que provocam alterações de pressão na cabine e que permitem aferir dados relevantes ao estudo da função respiratória.
Tal como ocorre com a Espirometria, após um estudo basal pode ser efetuada uma nova avaliação, quer após a administração de um broncodilatador, quer após a inalação de um medicamento que pode provocar a obstrução das vias aéreas (metacolina), ou ainda após a realização de exercício físico.
3. Estudo da Difusão Alvéolo-Capilar
A funcionalidade dos alvéolos pulmonares pode estar comprometida em diversas circunstâncias, pelo que a sua determinação tem especial pertinência na avaliação de doenças pulmonares parenquimatosas, na avaliação do envolvimento pulmonar de doenças sistémicas, na evidência de dessaturação durante o exercício, entre outros.
O Estudo da Capacidade de Difusão permite avaliar a difusão dos gases – oxigénio e dióxido de carbono – através da membrana alvéolo capilar.
O método Single Breath é o mais utilizado e consiste, de forma sucinta, na inalação de uma mistura de gás composta por 10% de He (Hélio), 0,3% de CO (Monóxido de Carbono), 21% de O2 (Oxigénio) e o resto de Azoto. Nesta técnica respira-se a volume corrente, procedendo-se a uma expiração completa, seguida de uma inspiração máxima. Depois de um breve período de apneia, o gás é expirado. O monóxido de carbono, ao competir com o oxigénio na ligação à hemoglobina, possibilita a quantificação da superfície alveolar disponível para as trocas gasosas, através da sua concentração no ar expirado.
4. Prova de Provocação Inalatória Inespecífica com Metacolina
A Prova de Provocação Inalatória Inespecífica é normalmente realizada nos casos em que se suspeita da existência de hiperreatividade brônquica ou quando existem dúvidas no diagnóstico de patologia imunoalérgica, como é o caso da asma. Permite estudar a reação das vias aéreas a um agente inespecífico, geralmente um fármaco, como é o caso da Metacolina. Esta técnica, no nosso Laboratório, inclui a inalação de diferentes concentrações de metacolina e a avaliação regular por curvas de débito-volume. A prova que pode provocar alguns sintomas, como tosse ou dificuldade respiratória, só termina após o regresso clínico e funcional às condições iniciais.
5. Prova de Esforço Respiratória
A prova de esforço respiratória é um meio auxiliar no diagnóstico de bronconstrição induzida pelo exercício físico, pode também ser utilizada na monitorização da resposta à terapêutica de controlo instituída.
A avaliação da resposta ao exercício é efetuada através da medição dos parâmetros cardio-respiratórios basais e após esforço, que é realizado em tapete rolante com velocidade e inclinação ajustáveis durante 6 a 8 minutos.
As provas de esforço respiratórias são possíveis de realizar a crianças a partir dos seis anos de idade.
6. Gasimetria arterial
A Gasimetria Arterial (GSA) é um exame invasivo que nos fornece informação relevante sobre a adequação da função respiratória (oxigenação, ventilação e o equilíbrio ácido-base), permitindo entre outras coisas, determinar a necessidade de oxigenoterapia, monitorizar o suporte ventilatório e a gravidade da progressão da doença.
Este método consiste na punção de uma artéria, normalmente a radial, cujas pulsações são fáceis de encontrar, cerca de 3 cm acima do punho. Após a recolha de uma pequena amostra de sangue arterial, procede-se à sua análise.
7. Determinação de Óxido Nítrico no ar expirado
O Óxido Nítrico (NO) no ar exalado é marcador bioquímico muito sensível na avaliação da inflamação brônquica (eosinófilica) na asma.
A avaliação da fração exalada de óxido nítrico é um método rápido, não invasivo e indolor que consiste numa expiração única e lenta através de uma peça bocal.
É exequível em crianças desde idade pré-escolar (3-4 anos) a adultos.
8. Prova de Marcha de 6 minutos
A Prova de Marcha de 6 minutos (PM6M) é um exame que permite a avaliação da tolerância a pequenos e médios esforços, útil para avaliação do prognóstico e/ou avaliação da eficácia terapêutica. O objetivo é andar o mais rápido possível durante os 6 minutos, num percurso previamente definido num espaço amplo. Para além de outras avaliações, obrigatoriamente antes e após a PM6M é feita a monitorização da pressão arterial, da frequência cardíaca, da saturação periférica de oxigénio, classificação da dispneia e gasimetria arterial. É registada a distância percorrida e a evolução da oximetria transcutânea durante a prova, com ou sem aporte suplementar de oxigénio.
Dúvidas relacionadas
Candidíase – O que é
Este fungo está presente na orofaringe entre 30% a 55% dos adultos jovens saudáveis e pode ser detetado em 40% a 65% da flora normal das fezes. A Candida Albicans é considerada oportunista porque só provoca infeção quando o hospedeiro tem a sua saúde debilitada.
A candidíase genital é uma das suas formas mais frequentes afeta a vagina ou o pénis. O fungo Candida normalmente reside na pele e nos intestinos. A partir destas zonas pode propagar-se para os órgãos genitais. No entanto, não é habitualmente transmitida por via sexual. A candidíase tem-se tornado muito frequente, sobretudo devido ao uso cada vez maior de antibióticos, contracetivos orais e outros medicamentos que modificam as condições da vagina favorecendo o crescimento do fungo. É mais frequente entre as mulheres grávidas, nas que estão menstruadas e nas diabéticas. Com muito menos frequência, o uso de fármacos (como os corticosteroides ou a quimioterapia) e a presença de doenças que deprimem o sistema imunitário (como a SIDA) podem facilitar a infeção.
Em 90% das mulheres a candidíase vulvovaginal é causada pela Candida Albicans. Os outros casos são causados por outras espécies de Candida. Cerca de 75% terão pelo menos um episódio na sua vida e 40% a 45% terão dois ou mais. Cerca de 10% a 20% são portadoras assintomáticas, sendo que na gravidez pode atingir os 40%.
A candidíase invasiva engloba uma grande variedade de patologias e tende a ocorrer em pacientes em estado crítico. A sua incidência tem aumentado de um modo significativo nas últimas décadas, devido ao crescimento dos procedimentos invasivos realizados em ambiente hospitalar e às novas formas de imunodeficiência associadas aos transplantes de órgãos a infeções virais, (como o vírus VIH/SIDA). Esta doença é uma causa importante de aumento da mortalidade, maior tempo de internamento e maiores custos.